terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

DIÁRIO DE SANTA MARIA


MUSICAL
Imaginação aos ventos
Projeto ‘Jardim de Cataventos’ convida as crianças para um mergulho no mundo da fantasia
Qual criança nunca sonhou em voar num avião de papelão, em ver a lua com cara de pastel ou sentir o cheirinho do jardim do céu? Quem nunca ouviu soprar o vento, girando cataventos? Que atire a primeira pedra aquele que nunca se imaginou um herói que flutua, ao pedalar sua bicicletinha pela rua! É transformando essas e muitas outras fantasias infantis em poesia que o Musical de Todas as Infâncias – Jardim de Cataventos promete encantar a garotada – e talvez muitos marmanjos. Composto de um musical, um livro e um CD, o projeto apresenta um trabalho caprichado com toda a delicadeza que pede a temática infantil.

O musical estreou em outubro do ano passado, na creche Ipê Amarelo, da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM). Depois, chegou ao palco do Theatro Treze de Maio, por meio do projeto Palco Treze Infantil – que tem financiamento da Lei de Incentivo à Cultura –, e à Praça Saldanha Marinho, por meio do projeto Aldeia Sesc. Agora, o projeto está partindo para uma nova fase e deve ganhar novos públicos. O musical foi aprovado pelo Sistema Pró-Cultura RS, por meio do qual foi autorizado a captar R$ 137 mil para realizar nove oficinas de educação musical e fazer 27 apresentações em cidades da Quarta Colônia.

Para que tudo isso saia do papel, só falta uma coisa: patrocinadores. As empresas que apoiarem a iniciativa recebem incentivo fiscal por meio da isenção de ICMS. A intenção da Chili – Produções Culturais é captar todo o recurso até março. Enquanto isso, o livro com o CD Jardim de Cataventos está sendo vendido, permitindo à criançada fazer esse mergulho pelo quintal da imaginação.

Musical – Ao todo, o CD traz 16 canções de diferentes ritmos, desde a Milonga dos Ventos, até o afoxé Jardim de Cataventos. Fazendo com que as crianças conheçam os diferentes estilos musicais. Um dos destaques é o pop rock A Minha Bicicleta, no qual o protagonista conta sobre suas aventuras na bicicleta que “cavalga, dá coice, relincha, na minha imaginação, quando brinco de Quixote, de caubói, Napoleão”.

– Nós estamos trazendo poemas ‘in-ventados’, que chamam a atenção para a poesia no quintal cotidiano – explica Schmidt.

Segundo o músico, os compositores não alcançariam uma linguagem como a que traz o projeto sem recorrer às crianças que eles próprios já foram e, de certa forma, ainda são, quando se permitem imaginar outros mundos possíveis.

marilice.daronco@diariosm.com.br

MARILICE DARONCO